Autocoleta para HPV - O que toda mulher precisa saber sobre essa novidade

Descubra tudo que toda mulher deve saber sobre a pesquisa para HPV e a pesquisa para HPV por autocoleta no rastreio do câncer de colo de útero.

HPV E CÂNCER

Gisele Veiga Guimarães

8/22/20253 min ler

Autocoleta para HPV - O que toda mulher precisa saber sobre essa novidade

A partir de qual idade deve-se começar a fazer testes para HPV?

Apenas a partir dos 25 anos. Antes disso a infecção transitória pelo HPV, que não causa lesão ou câncer, é muito mais comum.

A partir dos 30 anos essa pesquisa se torna ainda mais importante porque existe uma chance maior de infecção persistente pelo HPV (que é o principal fator de risco para o câncer de colo de útero).

Quais são as formas de identificar o HPV?

A autocoleta (coleta do material pela própria mulher em casa) não é a única forma de pesquisar o HPV. No consultório o exame também é realizado.

O exame feito no consultório permite que seja feito o que chamamos de "citologia reflexa", que significa fazer o preventivo a partir do material já colhido em caso de ser detectado HPV.

O material da autocoleta não permite isso - sendo necessária a coleta do preventivo no consultório.

A pesquisa do HPV substitui o preventivo?

Nas novas diretrizes do SUS a pesquisa do HPV a partir de agora substituirá o preventivo no rastreamento do câncer de colo de útero, por ser mais sensível e mais custo-efetiva que o coteste.

Coteste significa fazer em um mesmo momento pesquisa de HPV e preventivo. Isso é uma estratégia mais cara e, no contexto de saúde pública, possivelmente impagável.

Qual é a diferença em relação ao preventivo?

A diferença é que a pesquisa do HPV identifica diretamente a causa da lesão pré-cancerígena causada pelo HPV.

Por isso, um teste positivo para HPV não é motivo para desespero, mas apenas um sinal de alerta para realizar mais exames (preventivo ou colposcopia, a depender do tipo de HPV encontrado).

Preciso continuar indo no ginecologista? E por quê?

Sim. O rastreio com pesquisa por autocoleta para HPV não substitui a visita a(o) ginecologista, pois há muitos outros motivos para ir a(o) ginecologista.

O exame físico vai muito além de apenas realizar o preventivo ou a pesquisa para HPV, podendo identificar outras alterações que não têm relação direta com o câncer de colo de útero.

Além disso, a consulta com ginecologista avalia a saúde global da mulher, outros rastreios e imunizações, por exemplo.

Como posso fazer a minha autocoleta?

Por enquanto (até a data da publicação deste texto) a autocoleta para pesquisa de HPV não está amplamente disponível no Brasil, mas estará em breve.

A autocoleta pode ser realizada em casa e é interessante principalmente para pacientes que não têm condição de sair de casa ou que tenham muita dificuldade de sair de casa.

O que fazer se vier negativo para HPV?

O exame para HPV é muito sensível, o que significa que a chance de resultados falso-negativos (não identificar o HPV quando ele está presente) é muito baixa.

Por isso, um exame negativo para HPV nos dá certa tranquilidade para aguardar alguns anos para realizar o próximo rastreio.

Existem alguns protocolos que determinam intervalos entre 3 e 5 anos de coleta, pois o HPV demora meses a anos para causar algum grau de lesão celular.

Porém, ir no(a) ginecologista não tem como único nem principal objetivo apenas o rastreio do câncer de colo de útero. Existem muitos outros motivos para ser examinada por médico(a) ginecologista.

O que fizer se vier positivo para HPV?

Isso depende do subtipo de HPV encontrado.

Se for encontrado HPV 16 ou 18, você será encaminhada para o exame de colposcopia, para olhar o colo do útero diretamente, com uma visão ampliada e com uso de técnicas específicas para detalhamento da visão. Caso necessário pode ser realizada, durante esse exame, uma biópsia do colo do útero.

Caso seja identificado HPV de mais baixo risco, deverá ser realizado o preventivo.

É importante sempre levar que a presença do HPV não significa que haverá lesão pré-câncer, o que justifica esse passo-a-passo.

Muitas outras dúvidas surgirão durante esse processo. Por isso, mantenha seu acompanhamento com ginecologista de confiança para te acolher e ajudar no seu processo de autocuidado!

Gisele Veiga Guimarães | Médica Ginecologista e Obstetra | CRM 521128990 | RQE 40088