A atrofia vulvovaginal precisa ser tratada?

A atrofia vulvar e vaginal pode causar ressecamento, dor na relação sexual, pequenos sangramentos locais e aumenta o risco de infecção urinária. Hoje a chamamos de "síndrome genito-urinária da menopausa", mas essa condição também é conhecida como atrofia vulvar e vaginal (nome mais antigo).

MENOPAUSA

Gisele Veiga Guimarães

2/26/20252 min ler

O que é a atrofia vulvovaginal associada à menopausa?

Hoje o termo "síndrome genitourinária da menopausa" vem substituindo o termo "atrofia" e isso nos lembra que não apenas a vagina sofre com a queda dos níveis de hormônios, mas também pode haver sintomas urinários associados e aumento do risco de infecção urinária na mulher na menopausa e no pós-menopausa.

Na menopausa, com a queda dos níveis de hormônios (principalmente estrogênio) ocorre tendência a ressecamento da vulva e da vagina, redução da lubrificação, redução do volume dos pequenos lábios e alteração na coloração da pele local. A atrofia pode levar a aumento do risco de lesões por traumas locais (como pode ocorrer nas relações sexuais) e de infecção urinária, inclusive com quadros de repetição.

O tratamento é necessário para a prevenção da evolução do quadro e das consequências citadas acima.

Esse tratamento também pode ser indicado como preparo em algumas mulheres na menopausa para realização de exames como o preventivo para uma análise mais adequada.

Efeito da reposição hormonal sistêmica sobre a síndrome genitourinária da menopausa:

Quando falamos em reposição hormonal, a que mais habitualmente nos referimos é a que chamamos de “sistêmica” - ou seja, o hormônio entra na corrente sanguínea e tem efeito em todos os órgãos do corpo. O medicamento pode ser usado passando o produto na pele - via transdérmica -, na forma de comprimidos via oral ou pelas vias injetáveis. Ainda não há estudos satisfatórios que estabeleçam segurança e padronização adequados para o uso de rotina na prática clínica das vias injetáveis para reposição hormonal na menopausa.

O tratamento da síndrome genitourinária da menopausa (antigamente chamada de atrofia) é uma forma de terapia de reposição hormonal feita pela via local (vaginal). A reposição hormonal dita sistêmica - citada acima -, demonstra melhora muito discreta e menos satisfatória dos sintomas locais na vagina e na vulva quando comparada com o tratamento local (vaginal).

Os hormônios administrados pela vagina não são absorvidos no organismo como um todo (seus efeitos são basicamente locais na vagina e na vulva), de forma que os seus riscos são ainda menores que os da reposição hormonal sistêmica (oral, transdérmica ou injetável) e, por isso, podem ser usados inclusive por muitas mulheres que têm risco considerado aumentado para uso da terapia hormonal sistêmica.

Efeitos da Reposição Hormonal Local sobre os sintomas da "atrofia"

Os efeitos são basicamente melhora da lubrificação, do trofismo - turgor - da vulva, prevenção de infecção urinária de repetição, redução do risco de fissuras causadas por falta de estrogênio, além de redução e prevenção da dor na relação sexual.


Gisele Veiga Guimarães

Médica Ginecologista e Obstetra

CRM 521128990

RQE 40088