Você conhece os tipos de hormônios usados na reposição da menopausa aprovados pela Anvisa?

As medicações aprovadas atualmente pela Anvisa para terapia hormonal da menopausa são as seguintes:

• Estrogênios equinos conjugados - uma das primeiras formulações de estrógeno - trata-se do estrogênio extraído diretamente da urina de éguas. É estrogênio natural (não é sintético), porém equino (não é idêntico ao humano). Esse tipo de estrogênio foi o primeiro a ser estudado nas grandes pesquisas sobre reposição hormonal que influenciam o conhecimento médico sobre reposição hormonal até hoje. Hoje em dia é muito menos utilizada e atualmente não encontramos mais no mercado brasileiro.

• Estradiol via oral isolado (comprimido só de estradiol)

• Estradiol oral (comprimido) + progestágeno (ex: drospirenona, ciproterona, levonorgestrel, norestisterona, didrogesterona)

• Tibolona (comprimido de progestágeno com ações múltiplas)

• Duavive - bazedoxifeno + estrogênios conjugados (ainda não está disponível no Brasil, porém foi já aprovado pela Anvisa)

• Estradiol transdérmico (gel de absorção pela pele)

• Estradiol em spray (atualização em abril de 2025) - Lenzetto - Novidade no mercado brasileiro com proposta de melhor previsibilidade na absorção do estradiol

• Estradiol transdérmico associado a noretisterona

• Progestágeno isolado - medroxiprogesterona oral

• Progestágeno isolado - Didrogesterona

• Progesterona natural micronizada (bioidêntica)

Medicações para reposição hormonal em estudo:

Existem outras medicações em estudo, porém ainda sem previsão de aprovação pela Anvisa e comercialização no Brasil (exemplo: fezolinetant, que foi aprovado recentemente pelo FDA nos EUA). O mecanismo de ação dessa medicação não é hormonal, sendo uma opção para alívio das ondas de calor em quem tem contraindicação ao uso de hormônios.

Os implantes hormonais com objetivo de tratamento de sintomas da menopausa ainda não foram aprovados pela Anvisa e carecem de estudos de segurança e eficácia, além de despertarem dúvidas quanto a padronização de doses e reversibilidade dos efeitos. Esse posicionamento é respaldado por dezenas de sociedades de especialidades médicas, como as de Ginecologia e Endocrinologia.

O uso das medicações citadas nesse texto deve ser feito com acompanhamento médico após orientação individualizada sobre a proposta terapêutica, com esclarecimento sobre os benefícios esperados e riscos possíveis de cada opção.

Dra. Gisele Veiga Guimarães

Médica Ginecologista e Obstetra

CRM RJ 521128990

RQE 40088