A mulher com pressão alta pode fazer reposição hormonal?
Já adianto que a resposta é sim, porém com cautela. Vamos entender o por quê?
MENOPAUSA
Gisele Veiga Guimarães
6/16/20251 min leer
Qual é a relação entre hipertensão e reposição hormonal?
A reposição hormonal com estrogênio pode aumentar levemente a pressão arterial. Mulheres que não têm pressão alta também podem observar isso, mas não necessariamente vão ficar hipertensas. Mulheres hipertensas com a pressão controlada podem usar reposição hormonal a depender do risco cardiovascular calculado - leia abaixo para entender melhor. Mulheres hipertensas sem controle adequado com remédios para a pressão devem passar por avaliação minuciosa pelo(a) médico(a) cardiologista antes de considerarmos a reposição hormonal. Alguns exames complementares podem ajudar a definir se existe aterosclerose e outros fatores que contraindicam a reposição hormonal.
Quais são os riscos principais da reposição hormonal?
Os riscos mais importantes associados principalmente à via oral da reposição hormonal são aumento leve do risco de infarto, AVC e trombose. Esses riscos não aumentam de forma significativa quando usamos a via transdérmica (gel ou spray).
Como saber quais mulheres, apesar do risco, podem se beneficiar da reposição hormonal?
Sempre antes de começar a reposição hormonal é necessário calcular o risco cardiovascular (de forma resumida, o risco de ter infarto e AVC) de uma mulher. Existem calculadoras validadas pelas sociedades de cardiologia (AHA, OMS, SBC) que definem se o risco é baixo, médio ou alto. Mulheres com risco alto não devem fazer reposição hormonal, devido aos riscos. Mulheres com risco baixo podem fazer (se beneficiam com risco baixo) e mulheres de risco médio devem fazer reposição pela via transdérmica, que tem menor risco de TVP, de infarto e de AVC, além de menor risco de prejudicar os níveis de triglicerídeos.
Em que situações o risco cardiovascular pode ser alto o suficiente para contraindicar a reposição?
Pressão arterial muito alta (controle inadequado), diabetes, aterosclerose já conhecida, idade acima dos 60 anos antes do início da reposição são alguns fatores que aumentam o risco cardiovascular. A única forma de termos certeza é usando as calculadoras de risco das sociedades de cardiologia.
Gisele Veiga Guimarães
Médica Ginecologista e Obstetra
CRM 521128990
RQE 40088