Como ter certeza de que não tenho alguma Infecção Sexualmente Transmissível (IST)?
Alguns sintomas servem de alerta para muitas mulheres sobre a possibilidade de terem contraído alguma infecção sexualmente transmissível (IST). Sintomas como corrimento, alteração do cheiro, coceira e sangramento deixam muitas mulheres preocupadas.
CORRIMENTOS E INFECÇÕES
Gisele Veiga Guimarães
2/11/20252 min leer
Alguns sintomas funcionam como alerta para muitas mulheres sobre a possibilidade de terem contraído alguma infecção sexualmente transmissível (IST). Sintomas como corrimento, alteração do cheiro, coceira e sangramento deixam muitas mulheres preocupadas.
Mas será que apenas esses sintomas, ou ainda, esses sintomas associados ao exame físico ginecológico e ao preventivo, são suficientes para o diagnóstico ou a exclusão de diagnósticos de infecções sexualmente transmissíveis?
A resposta é que não, esses sintomas podem não apontar para a presença de uma IST existente, assim como é possível (e relativamente comum) ter uma IST que não apresenta sintomas.
É possível dizer quer ISTs que não geram sintomas podem ser até mais problemáticas do que as que geram sintomas, pois podem permanecer por meses e até anos no organismo, levando a sequelas. Dois exemplos são a dor pélvica crônica e a infertilidade causadas pela doença inflamatória pélvica não tratada - muitas vezes o diagnóstico não é feito porque são necessários exames específicos que nem sempre são realizados na ausência de sintomas ou na presença de sintomas leves e inespecíficos.
Então, para termos certeza de que não há IST é necessário mais do que ir ao ginecologista e fazer o preventivo (o exame preventivo - o Papanicolau - tem como objetivo apenas diagnosticar o câncer de colo de útero e suas lesões pré-malignas).
Para uma avaliação completa são necessários:
Exames de sangue para pesquisa de HIV, sífilis e hepatites virais
Exame de PCR (feito com cotonete estéril na vagina de forma indolor durante a consulta) para agentes como Clamídia e Gonorreia (entre outros)
Exame de microscopia do conteúdo vaginal (feito no consultório de forma indolor também com cotonete estéril na vagina) - além de identificar a presença de agentes causadores de ISTs esse exame permite observar sinais de disbiose que aumentam o risco de evolução para quadros adversos. Esse exame também permite que sejam feitos outros diagnósticos que são possíveis apenas com a sua realização.
As principais formas de prevenir ISTs incluem:
Usar preservativo em todas as relações sexuais
Avaliar junto a(o) seu ginecologista a vacinação contra o HPV (vírus que causa o câncer de colo de útero)
Pesquisa de eubiose (ausência de disbiose) com exame de microscopia vaginal feito em consultório médico
Os exames listados acima previnem complicações das infecções, como dor pélvica crônica, infertilidade, gravidez ectópica e outras complicações na gestação (futura ou atual).
Dra. Gisele Veiga Guimarães
Médica Ginecologista e Obstetra
CRM RJ 521128990
RQE 40088